domingo, 29 de maio de 2011

Por isso sou só palavras extravazadas...



A palavra contida define o poeta, quando se encantam.
A palavra contida encarcera a alma, se não se exibe.
A palavra contida soa tanto mais forte 
quanto a credulidade de quem a cogita.
A palavra contida fere tão forte quanto a proferida, 
dependendo do sentimento específico de quem a resguarda.
A palavra contida machuca tão fundo quanto a então dita, 
em razão direta da iniquidade de quem se cala, ou fala.
A palavra contida empobrece o espírito, se não se mostra.
A palavra contida explode a razão e o coração, se não se lança.
A palavra contida decreta o rumo do autor, quando transborda.
A palavra contida constrói poesia, quando extravasa.

(Tácito Sanglard)

As palavras de mim jorram, sem controle, e cessam a minha febre de sentir, transmigrando-a aos demais...

Um comentário:

Coração Primaveril

  Das invernais madrugadas não me recordo mais. Senhor dos tempos da ventura despiu-me de toda a névoa, vestiu-me de amanhecer...