terça-feira, 16 de agosto de 2011

Profanação



Horas silentes, em que o anseio se faz eloquente.
Sinto teu olhar candente a me despir...
Minha alma, minhas dores, meus pudores...
As armas que me vestem, prontas a ruir.

Horas rubras, noites de volúpia...
Em fogo, tombam os astros... Lânguido luar...
Aromas almiscarados exalam ao toque de nossas peles.
Na junção dos lábios, sol da meia-noite a surgir.

Horas invocadoras de saudosas lembranças...
Sou chama e neve, branca e misteriosa.
Mas na madrugada, sob teu domínio me visto de carmim...
E sou enfim, oh meu poeta, o beijo que procuras!
Do fraternal, se faz o pagão... Doce Profanação!

Mas se Deus fez nossas bocas (quentes) para beijar,
E nossos braços, perfeitos laços a envolver...
Sinto aos céus nossos corações a palpitar!
Rogo! Tal ato de tão divino, não carece requerer perdão!
Maior punição eu já tenho: ter-te somente assim, em profana-ação.

(Juliana Alves)

2 comentários:

  1. Eitaaa...adoreiiii!!!
    Teu talento vai longe!
    Parabéns!
    Bjssss

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  2. BOA NOITE QUERIDA AMIGA! VENHO MAIS UMA VEZ LHE PARABENIZAR POR MAIS UMA JÓIA FINAMENTE ELABORADA E DESTA VEZ EVOCANDO UM MOMENTO TRANSBORDANTE DE SENSUALIDADE, AROMAS ALMISCARADOS E DO CALOR DA VIDA! GOSTEI DA COINCIDÊNCIA DO INICIO! TAMBÉM TENHO UM POEMA QUE COMEÇA COM "HORAS SILENTES..." BEIJOS E UMA ÓTIMA NOITE!! PAZ, SAÚDE, SUCESSO E MUITAS INSPIRAÇÕES LINDAS COMO AS QUE TENHO TIDO O PRAZER DE CONHECER!!

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  Das invernais madrugadas não me recordo mais. Senhor dos tempos da ventura despiu-me de toda a névoa, vestiu-me de amanhecer...