domingo, 4 de março de 2012

Demasiadamente humana...


Entre mim e mim... há vastidões imensas...
Para a navegação dos meus desejos afligidos ...
Descem pela água, minhas naves revestidas de espelhos...
Cada lâmina, arrisca um olhar... e investiga o elemento que a atinge.
Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza...
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram...
Virei-me sobre a minha própria experiência... e contemplei-a.
Minha virtude erra essa errância por mares contraditórios...
e este abandono para além da felicidade e da beleza...
Ó Meu Deus, isto é minha alma...
Qualquer coisa que flutua sobre este corpo efemêro e precário.
Como o vento largo do oceano...
sobre essa areia passiva e inúmera...

(Cecília Meireles)

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