sexta-feira, 18 de maio de 2012

...ana

Ela é aquela cujo nome é exultação de luz... Um enigma em mutação, nunca parece ser a mesma, muda tanto os cabelos, muda tanto de ideia. Só não muda a essência, por mais que tentem, lhe provoquem a variar seu alento, sempre devora as tristezas e tudo que vibra em baixa frequência e joga tudo pro alto... Alto-astral! Converte tudo em doçura, resignação e perdão - facetas de um diamante-coração resplandecente de amor.
É também da tribo das Anas, cheia da divina graça... Tem um jeito oracular de aos outros ouvir, um jeito físsil de falar... Por existir, ensina a ser outros vários, um ecleticismo e sincretismo de ideias, gostos e composturas. Seja essa ...ana quem for ela, ela sempre a mesma e sempre outra. Há algo nela de penumbroso, úmido, olho de peixe fixado em pássaro colorido. Tudo o quanto se fala, que não sobre ela, é justamente pra fugir, pra não falar dela e de sua insistente presença, a povoar tudo quanto pode, dos pensamentos às palavras, dos sons aos cheiros... Tudo a forma em imagem e semelhança ao que agrega informação. 
Tudo o que se fala sobre essa instigante persona não é menos que um não-falar sobre ela. Ao se pensá-la está em casa. Estar com ela é exílio. A Ela compete o amplo e o contido, gota de loucura em poço de razão, é a liberdade e o refúgio, a comida e a bebida, pois do coração dela saem todas as estradas, e convergem todas as entradas... 
Essa jovem-ana meio menina, meio anciã, metade pecados e metade perdão, também é meado de cinzas em contínua transformação, mulher em formação!

(Juliana Alves)

2 comentários:

  1. oi Juliana,

    Intessante. Tem metáforas ótimas/

    A dualidade, seus encantos e mistérios.

    Parabéns pela criação do texto/

    *bj

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  2. Que texto lindo!

    Também eu sou ana...

    Somos!

    Milhoes de beijos

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Coração Primaveril

  Das invernais madrugadas não me recordo mais. Senhor dos tempos da ventura despiu-me de toda a névoa, vestiu-me de amanhecer...