quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A Outra Margem


O caminho é um laborioso pouso nas incertezas do próprio caminho, no esmurrar as pontiagudas facas como se fossem dores a verter do âmago.
É um estado de inércia a divisão dos eixos da cidade nos olhos da criança, entardecid
a de sonhos vãos e regados com água de chuva e concreto das ruas que pisam seus pés.
Desmedimos o amor como quem colhe migalhas e as semeiam
para pombos, tão mais esfomeados de algum sentimentos, naquele canto de praça, enquanto que o badalar dos sinos da pequena igreja convida os homens a alinharem-se por dentro (de seus (e)ternos), mesmo que num fechar abrupto de olhos.
E que não seja breve, a persistência de se continuar indo, indo... como rio que segue, sem abandonar suas águas, um tanto quanto barrentas, é verdade. Mas suas!


(Samara Bassi)


Fonte: Uma superfície de gelo ancorada no riso - A Outra Margem

Um comentário:

  1. Olá Juliana, Grata pela partilha.

    Solicito, por gentileza, que adicione o link que direcione para a postagem original em meu blog.

    Grata,
    Beijo na alma,

    Samara Bassi

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