Onde estou, em toda parte também está...
Na luz do astro-rei em que me banho e
O reflexo do áureo brilho de minha aura intensifica.
No brando vento que acarinha minha tez e
Às alvas nuvens das sensações me faz flutuar.
Nas estradas tortuosas e empíreos vales
Que a vida, Imperiosa Rainha de Copas, me ordena trilhar.
Na chuva de águas límpidas,
Que cai em cascata sagrada
A dissolver tormentos e mágoas,
Da alma cura os males e
Ao meu corpo traz o refrigério.
No cheiro emanado por sua aconchegante presença,
Aroma sutil que as flores aspiram, devolvem á aragem
E a todos os amantes entorpece e inspira.
Por conjunção estelar, num enlace de olhares,
Adentra-me como sorrateiro invasor...
Silente, abarca-me a alma,
Toma posse de meu coração.
E com o mapa do meu corpo em mãos,
Prende-me em meus becos
E eloquente, dança em minhas avenidas,
Eu já não tenho saídas...
O amor quando nos chega
Não mais nos abandona...
Podem passar primaveras e invernos,
Amores e desamores,
Que esse honroso inquilino sempre
Em simbiose com nossa essência,
Nos mais profundos recônditos ainda nos habitará.
Ah o amor, esse indubitável ser vivaz!
Centelha divina pelo Universo a latejar,
Entoando seus cânticos consonantes...
Consolador das criaturas em desesperança...
Sopro de vida aos ambientes mais inóspitos...
Já se fez em mim anseio independente.
Não necessita de seres receptores ou motivadores...
Surge e alimenta-se em si próprio.
Hoje sou sua companheira,
Compactuante e enamorada fiel.
Se alguém um dia quiser o personificar
Sob silhueta de meu amoroso par,
Sinta-se a vontade...
Venha o partilhar com força e coragem!
Mas, se nenhum cavalheiro de grande valia
Desejar vestir-se em capa de ousadia e
Lançar-se nesse prazeroso enleio do amar
O meu mundo não mais ruirá...
Basto-me apenas em sentir o amor,
Ser sua ínfima parte e ele se fazer
Seiva latente que a mim nutre e sustenta...
Impetuoso, percorre minhas veias,
Germina pelos infindos poros,
Extravasa no brilho dos olhos,
E pelos lábios é profetizado em terno dialeto
Seguido de um sorriso acolhe-dor...
Se espargindo ao vento, como sementes
A contagiar e brotar no peito fértil dos viventes...
Se não o compartilho com um,
Que seja com toda a gente!
(Juliana Alves)