domingo, 31 de julho de 2011

Afinação



Afinação:
Intricada arte de se chegar a um tom análogo.
Seja numa melodia, no amor, na vida...
De qualquer biografia, prólogo.

Requer a - fina - ação:
Corpo, alma e coração
Em labor conjunto...
Para cunhar a mais sublime harmonia.

A vida afinar,
Aos tons que nos são apresentados:
Escuros, pastéis, multicores, intensos...
Graves, agudos, inaudíveis, uníssonos...
Dessa miscelânea, extrair o substrato
Para edificar nosso jardim.
Florir alegrias, esperanças, lindezas...
Soar serenidade perante as miudezas...
Sobrepondo a tenacidade do tempo.

Consonar duas vidas,
Demanda muita paciência,
Benevolência na maestria.

Árdua candura de se compor
Uma canção a quatro mãos.
Para ser entoada pela existência...
Exalando ditosas sensações...
Clarificando a alma,
Vivificando ternura,
Satisfazendo duos anseios,
Se fazendo um laço perene.
Para portanto frutificar gerações.

Ascende assim a afinidade...
Inexplicável sensação,
Desperta apenas por seres confluentes.
Inspiração dos deuses,
Entre criaturas terrenas.

Por química, toque, olhar,
Enlace espiritual, não se sabe...
Mas quando num encontro
Algo se intitula afinador...
Não tem como se esquivar!

A alegria se agiganta,
O sol a nossa frente se levanta,
A nossa alma se encanta,
Até a dor se afina, e se finda...
E a vida se faz sonata,
Na sinfônica dos afins!

(Juliana Alves)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Presente...



Vivo um deslumbramento,
Fascinou-me estar assim...
Com a alma leve,
Coração tranqüilo...


Voltei a ser menina,

Que a tudo ilumina!
Saltitando alegrias,
Sorrindo travessuras,
Cantando e encantando...
Um arco-íris no olhar...


Espalhando lindezas,
Exalando ternuras por onde passo...


Com os cabelos soltos ao vento...
E um laço de fita como asas.
Essa sou eu...
Encontrei-me, e não mais me perco!


Flutuo...
Mergulho no mar refrescante das possibilidades...
Salivo urgências e
Satisfaço minhas vontades...
Saboreando assim a vida.


Agora...
Só me dou pra quem tiver a ousadia de ser diferente...
Conquistar-me assim, de repente...
Vá seja surpreendente,
e me peça de presente!

(Juliana Alves)

**Versos lúdicos, não há nada melhor do que brincar de ser feliz... Felicidade é um estado de espírito! **

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mudanças...


"Uma alma cheia de luz, pronta pra explodir fogos de artifício numa noite de lua cheia.
A fé pendurada no pescoço.
Fita do Bonfim no tornozelo.
Barra da saia carregada de esperanças, nos olhos a cor da paz tão esperada.

Estende os braços pra sentir vento.
Um abraço de esculpir sorrisos.
Um sentimento faz claridade nos olhos até a pupila parecer arco-íris.
Suspiro.
É mudança. Muitas, vês? Já escolhi o destino."

(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Saudade...



Sentimento dúbio...
Não se sabe se alento ou tormento.
Última subsistência dos corações,
Cujo ser amado desertou.

Vida paralela,
Lampejos do que partiu,
Mas não nos abandonou...
Mel e fel numa só sensação.

Eternidade dos amantes,
Dimensão em que se (re)vive,
O que lhe foi negado,
Interrompido contra a vontade
De uma parte...

Fez-se chaga aberta no coração,
Ígnea impressão,
Queimando a alma...

O desalento do nunca-mais.
Ausência sempre presente,
Desejo inconseqüente
Que acende e mitiga
Na impossibilidade da legitimidade.

O que fazer com a saudade?
Se ela me invade,
E não se esvai...

Embriaguez da vontade...
Sangue buscando a veia...
O que me faz perpétua.
Em poesia plena
Vou ansiando-lhe extrema.

O que fazer com essa voragem,
Do seu ser sempre perene...
Nessa minha alma amante?

Quando se instaura,
Saudade não tem cura,
Se faz na demora...
E só o tempo a muda,
Em tom e intensidade...

Insânia...
Retalhando a luz da minha palavra,
Clamo meu sangue, minha poesia,
Para que mesmo, embebida nesse inefável anseio...
Haja louvor e recompensa
Para a dedicação incansável de poeta.

Das dores se fazer magia,
E da saudade, fértil realidade
De infinitos cantares.
Já que o amor sempre está,
Muda-se somente a quem amar.

(Juliana Alves)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

4º Selinho




Recebi este lindo selinho da Daline do blog: "Que seja leve...".
 Daline, muitíssimo obrigada! 
Amei!

Regras:

1) Dizer o que achou do selinho: 
Muito fofo, mais uma vez sinto-me agraciada por meu cantinho ser merecedor do seu carinho e consideração!

2) Indicar 11 amigos e avisá-los:

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Isso se chama amor...



Você surgiu como suave melodia trazida pela brisa; dilatou-se no silêncio de minha alma e fez-se moldura em meu viver.
Isso se chama ventura.
Há algo em você que transparece num olhar, como estrela no céu atapetado de astros e exterioriza-se num sorriso como canção tocada na harpa dos ventos.
Isso se chama ternura...
Sem olhar, você me percebe; sem falar, você me diz; sem me tocar, você me abraça...
Isso se chama sensibilidade.
Quando me perco em labirintos escuros, você me mostra o caminho de volta...
Quando exponho meus tantos defeitos, você faz de conta que não nota...
Se enlouqueço, você me devolve a razão...
Isso se chama compaixão.
Nos dias em que as horas passam lentas, sem graça e sem luz, nos seus braços eu encontro alento.
Quando os dias alegres de verão partem e em seu lugar chega o outono, cobrindo o chão com folhas secas, e o verde exuberante cede lugar ao cinza, nos seus braços encontro harmonia.
Isso se chama aconchego.
Quando você está longe, no espelho da saudade eu vejo refletida a certeza do reencontro.
Nas noites sem estrelas, quando a escuridão envolve tudo em seu manto negro, você me aponta a carruagem da madrugada, que vem despertar o dia com suas carícias de luz...
Isso se chama esperança.
Quando as marés dos problemas parecem tragar em suas ondas as minhas forças, em seus braços encontro reconforto.
Se as amarguras pairam sobre meus dias, trazendo desgosto e dor, sua presença me traz tranquilidade.
Você é um raio de sol, nos dias escuros...
É ave graciosa que enfeita a amplidão azul...
Você é alma e é coração.
É poema e é canção...
É ternura e dedicação...
Nada impõe, tudo compreende, tudo perdoa...
Sua companhia é doce melodia, é convite a viver...
... E tudo isso se chama amor!
Surge depois que as nuvens ilusórias da paixão se desvanecem.
Que a alma se mostra nua, sem enfeites, sem fantasias, sem máscaras...
Enfim, o amor é esse sentimento que brota todos os dias, como a flor que explode de um botão, ao mais sutil beijo do sol...
Isso, sim, se chama amor...

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Previsão do tempo do coração

 
Quando dei por mim, me surpreendi...
Dentro de mim o verão se antecipava...
Céu limpo, sol brilhando, alegrias bronzeadas,
Alma desnuda e amor transpirando pelos poros...
Levezas coloridas me levam pra passear!

(Juliana Alves)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Teorema da Renascença



De coração aberto
Sigo a rota,
Felicidade me bate a porta,
Tranquilidade se instaura.

Não sei explicar...
Transbordamento de sensações
Fresca liberdade me invade...
E quebra qualquer iniqüidade.

Suspiro levezas,
Alço vôos às alturas...
E volto extasiada.
Inebriada de desejos...
Verdejantes esperanças...
Que fazem cócegas na alma.

Onírica dimensão
Outra realidade me parece
Nada me apetece
Nem me carece.

Coração entoa cantos
Louvores a uma nova existência...

Vívida,
Densa,
Extrema,
Grita na pele a revitalizada essência.

Antigo mel se refaz doce
Seiva circulante em minhas veias...
Jazendo em mim,
Poesia.

Alma-fênix
Queima em si
Exalando mirras,
Incensos olorosos...
Incandescendo novas cores,
Apagando antigas dores.

Renasce assim,
A Mulher-avessa
A Menina-travessa
Alma-luz...

Premissa Abscissa
De um teorema...
Indecifrado.

(Juliana Alves)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Partidas


Tu chegaste e trouxeste
Tua calmaria, êxtase e encanto,
Mas que se findou em pranto.

Preparo-me para mais uma partida...

Tu se vais...
Eu fico,
Partida...

Ao meio,
Falta-me um pedaço
Desse desfeito laço
Que de tão terno
Pareceu-me eterno.

Mas a metade desse laço
Que me resta ser...
Será o meu ponto de PARTIDA.

O amor que carrego oculto,
Como a semente que em seu reduto 
leva a essência,
E um dia floresce...
Frutifica beleza...
Ao ser amanhada
Pelas mãos de um jardineiro zeloso.

Ávida, espero por esse encontro.
Momento em que meu ser
Não conhecerá partidas
Nem a alma será mais dividida.

Encantadora magia
Consolidará as partes desse coração.
Se fazendo jardim florido,
Pomar frutífero...
De onde se colherá doçuras
Avivado sob novo amanhecer
                            (Amar-e-ser).

(Juliana Alves)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nocturnamente


 
Nocturnamente te construo
para que sejas palavra do meu corpo.
Peito que em mim respira
olhar em que me despojo
na rouquidão da tua carne
me inicio
me anuncio
e me denuncio.
Sabes agora para o que venho
e por isso me desconheces.
Diz o meu nome, pronuncia-o.
Como se as sílabas te queimassem os lábios.
Sopra-o com a suavidade de uma confidência
para que o escuro apeteça
para que se desatem os teus cabelos
para que aconteça.
Porque sou eu dentro de ti
que bebe a última gota
e te conduzo a um lugar
sem tempo nem contorno.
Porque apenas para os teus olhos
sou gesto e cor
e dentro de ti
me recolho ferida
exausta dos combates
em que a ti não consegui vencer.
Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem.
E é urgente inventar
outra maneira de navegar
outro rumo outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos.
No húmido centro da noite
diz o meu nome
como se eu te fosse estranho
como se fosse intruso
para que eu mesmo me desconheça
Porque sou o eu dentro de ti
que te conforta
Sou o eu dentro de ti
a única veia que me dói,
Sou o eu dentro de ti
preso nessa gaiola
Que não vê o mundo de ponta a ponta
Esperando,
como se essa vida
fosse apenas de faz de contas.

(Mia Couto)

quarta-feira, 13 de julho de 2011


"Assim como passarinhos errantes, 
que escolhem onde vão conforme o tempo do vento, 
meu coração escolhe o tempo de dentro. 
Recolhe fragmentos perdidos, esquecidos, 
emaranhados em versos rasgados de emoção. 
Posse? Não, perdão. 
Sol-imensidão. 
Ternura-cura."

(Du)

3º Selinho


Mais um selinho muito fofo, dedicado ao meu cantinho!
Fico imensamente feliz e lisonjeada pelo reconhecimento desse meu espaço, onde tudo, todos os mínimos detalhes representam um pedacinho de mim, da minha vida e do que eu sinto...
Muito obrigada, querida Daline, por mais uma vez eleger meu blog, como merecedor de um selinho seu!

Regras: Exibir o selo e o link de quem lhe enviou...
Responda as perguntas e indique os blogs que te fazem feliz em visitá-los:

1º Colocar o link de quem te indicou:

2º Qual seu maior sonho?
R: Viajar para Grécia, Egito e para a Toscana (Itália)  acompanhada de uma pessoa especial, que ainda vou conhecer, que tenha gosto por apreciar a arte e viajar. Partilhar bom gosto, conhecimento e sensações!

3º O Que te faz sorrir?
R: Estar com meus amigos, que amo muito, ler os textos que gosto, ouvir música e escrever, transportar meus sentimentos e pensamentos nessa tela de dimensões imensuráveis.

R: Demais, sou seguidora fiel, todos os dias dou uma passadinha por lá. ;)

5º Diga algo sobre o que acha do blog que te enviou!
R: É um cantinho maravilhoso, cheio de levezas, magia e ternura, textos que nos fazem carinho na alma quando lemos.

6º Indique aos blogs que fazem um sorriso nascer em seu rosto, toda vez que você olha!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Do apagar de uma antiga chama

 
Procurei-me em teus olhos
E me vi...
Lânguida lembrança...
De antiga chama
Que se esvai.

Pela hora que se faz tardia...
E pelo novo lume
Que se depara diante de ti.

Doloroso se faz o morrer da esperança,
De um dia tocar
A materializada ilusão,
Amorosamente esculpida
Na mais sublime identificação.   

Talvez em teus olhos
Eu tenha visto...
Apenas um sonho de mim mesma.

Ou o espelhismo de outra...
Recém-chegada...
Tão em sigilo e extrema.
Tão sem medida
Densa e clandestina.

Talvez não seja...
E por ínfima tangente
Você aspire indefinido...
Um infinito de sonhos e de vidas.

Que ao menos nos versos então...
De viscidez e luz,
De nós dois.
Recrie-se nosso momento...
Esse enlace de danação e amor.

Que da desordem de dois encantamentos
Coabitem...
A luz e a sombra
A razão e a paixão
A lucidez e a loucura
A decepção e a ternura.

A poesia da vizinhança das aparências...
Cravada por esse meu sol de martírios
Tão triste e tão à vontade...

Como se meu corpo soubesse
Das sendas da sede
Por nascer sabe-dor(a)
Dos descaminhos do amor.

Apenas rogo...
Que nos areais da procura
Não te acometa
A ávida sede,
De dura saudade.
E saias à caça
De quem te amou.

Amor (talvez) ainda jazerá em mim
Em porões secretos...
A sete chaves,
Mas que em caminhos incertos
Podem ser furtadas.
Odisséia do NUNCA-MAIS.

(Juliana Alves)

Coração Primaveril

  Das invernais madrugadas não me recordo mais. Senhor dos tempos da ventura despiu-me de toda a névoa, vestiu-me de amanhecer...