sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Uma prece...

Pai, verso esta oração pois Tu estás nas minhas mãos assim como eu estou nas Tuas. 
Vives Tu nas minhas palavras assim como em Ti eu também sou verbo. 
E nos meus olhos, és semente que confessa a cor dos frutos, o nome de um rio que se rende ao mar, o filho pequeno que abraça a mãe. 
Pela Tua palavra aprendi a respeitar o inverno, esperar pela primavera e aceitar minhas colheitas; aprendi a ser verão e a voar com as andorinhas. 
Abençoa-me como abençoas o grão-de-areia, o vento e as estrelas, pela igual oportunidade de habitar a Tua casa. 
E que o eterno em mim se anuncie, afastando o veneno do meu sangue, os espinhos das minhas flores, o egóismo dos meus amores e as lanças das minhas mãos. 
Torna-me doçura quando eu souber ser só amargo; torna-me cura quando souber ser só destruição; torna-me descanso para vestir todos os meus sonhos e torna-me Amor, como resposta para cada pergunta da Vida. 
Conceda-me todas as sombras da floresta para eu caminhar com a minha própria Luz. 
E se eu cair, ferir, morrer, matar, sofrer, perder, errar; perdoa-me com o recomeçar, com o novo, com a coragem, com a gratidão por tudo aquilo que fui e pelo que ainda serei; e também com a certeza de que o Senhor é meu pastor, e nada me faltará.
(Guilherme)

Que assim seja!

"A redução do universo a uma única criatura, a dilatação de um único ser até Deus, eis o Amor."
(Victor Hugo)

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