domingo, 30 de setembro de 2012

Girassóis


♫♪...Deixo o sol bater na cara
Esqueço tudo que me faz mal
Deixo o sol bater no rosto
Que aí o desgosto se vai...♫♪
 
 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012


...O céu não é mais seu limite, fundiu-se ao universo... 
Pois aprendeu que alma de luz não tem fronteira, 
agora ela é só horizonte.

(Juliana Alves)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A beleza que importa...

 
Mundo velho
E decadente mundo
Ainda não aprendeu
A admirar a beleza
A verdadeira beleza
A beleza que põe mesa
E que deita na cama
A beleza de quem come
A beleza de quem ama
A beleza do erro
Puro do engano
Da imperfeição...

(Zeca Baleiro)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ruínas...



Depois de tempos decorridos, ao retornar a uma paisagem aridamente nostálgica...
Revisitei ruínas em mim, soprei a poeira fina acumulada sobre imagens esquecidas e quase palpei o corpo, muitas vezes, saudosamente aconchegado em meu cerne...
Ouvi sons longínquos, mas familiares... Antiga cantiga que embalava meus sonhos...
Senti o cheiro dos meus deleites, resgatando memórias e demoras...
Vaguei por cômodos lacrados, dedilhando paredes, procurando frestas para alguma lucidez...
Passagem pra alguma viagem de volta a um mundo perdido, dimensão idilicamente pintada nos confins do imaginario...

Pisei sobre cacos pontiagudos de sentimentos, que ainda, sob a incidência (insistência) de uma luz intermitente, se fazem diamantes, trancafiados num porão a sete chaves e negados como o mito de uma grande riqueza obscura.
Revi anjos de luz, mas também vultos já há muito turvos, desfigurados pela ausência e pelo abandono...
Dos anjos absorvi a paz do instante partilhado e das sombras, somente a lição do esmaecer ao esquecimento.
Parte de mim, ainda povoa essas ruínas e lhes sobrevive, a outra flutua e lança-se a um precipício (princípio) de coragem, a uma realidade acordada... Pois o novo sempre nos alcança, se entrega de (no) presente.
Nos desperta a fome de viver e a surpresa de saber-se sobrevivente à dor e à delícia de ser o que se é: gente de carne, osso e coração, mas revestida em armadura de amor, luz e fé...
Criatura a recriar-se sempre que a vida lhe pede uma pouco mais de calma, e muito mais alma!

 
(Juliana Alves)



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

"Sorrindo, longe de tudo, cheia de luz." (Caio Fernando Abreu)


"De todas as cores, vermelho. De todas as flores, gérbera. Reza toda noite antes de dormir. E nunca esquece de agradecer pelas bonitezas do dia. Agradece também pelo que é feio, mas engrandece. Acredita que o sofrimento enobrece, mas nem sempre, porque prefere o caminho mais fácil. Põe o pé direito pra fora da cama primeiro (nem sempre). Herdou algumas supertições, além do riso fácil e do olhar ágil. Está sempre apressada e atrasada. Fala mais com as mãos, que com a boca. Pensa mais rápido que fala e quase não fala o que pensa. Aprendeu a ser comedida. Tropeçou muitas vezes no caminho.
Já se apaixonou pra sempre.
Já morreu de amor.
Não acredita mais em príncipe encantado, mas torce pra que lhe provem o contrário todo-santo-dia."


(Briza Mulatinho) 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Eres Mi Religión...

 ♫♪...Ay amor, tú eres mi religión,
tu eres luz, tu eres mi sol,
abre el corazón, abre el corazón.
Hace tanto tiempo corazón, viví en dolor y en el olvido.
Ay, amor, eres mi bendición, mi religión, eres mi sol que cura el frío...♫♪

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Viagem...


"Não encontrei o mar revolto em Pessoa, mas vi em Hilda Hilst seu jeito destemido de ser tão obscena e obcecada. Não fui moça casadoira como Adélia Prado, eu me inseri na babilônia da lascívia de Anais Nin, entre a loucura, a delícia e a razão fantasiada. Eu quis salvar a vida de Ana C. que virou passarinho em Manoel de Barros. Estive com Clarice, Caio e Mia Couto, mas quis que Guimarães me amasse qual neblina Diadorim: faltou meu Riobaldo, um rio nosso, terra seca e a boca molhada de neologismos pra mulher amada.
(Fui quase injusta em desejar que as coisas tivessem sempre um real tamanho, que as fomes fossem saciadas sempre pelo melhor gosto, que a chuva só desabasse em tempos de matar a sede.) Tranquei meus dias ruins nas cores de um Miró aceso. Fui tão constrangedora não sendo infeliz como escritora, preferindo de qualquer maneira a incerteza da existência da verdade inteira. Se quase sucumbi num poço de tristeza, me reergo até hoje, constante e amiúde, fazendo o meu melhor_ fiz o maior que pude. Mas não me preservei: ainda sou lanhada pelos galhos de matas fechadas que são o meu altar, minha estrada.
Engulo o amargo da saudade sem fazer careta, absorvo o azedo da rejeição sem me achar menor, abro os braços para a escuridão contando estrelas, gasto cada gota de suor e sangue nas minhas entregas. E não economizo gargalhadas, mas pago o preço alto do inconveniente de viver no mundo paralelo e metafísico onde vivem as palavras.
Estive em muitas páginas. Grifei muitos parágrafos. Sorvi tantas inglórias e orgasmos e vitórias.
E estive com você além de mim. Fui burra, mas foi bom. Fui pura, mas fui tola. E toda a malícia vinda na hora inadequada me fez desconfiada por tudo, por nada.
Eu tenho um jeito enorme de amar pra sempre, mas sou desajeitada.
Eu tenho um jeito imenso de ser comovente, mas sempre concluo as histórias na hora errada.

(Marla de Queiroz)
 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

"Que eu nunca seja seduzido pela desconfortável e rentável tarefa de me diminuir para caber em outros olhos." (João Pedro Pondé)


Andarilha de um coração deserto, menina que de tanto vagar, rastejou e cansou...
Curvou-se e comeu pó, secou até a última gota de seu brio e se viu esfarelada, caco corriqueiro sob o sapato tirano - opressor de sonhos, subjugador lustrado de hipocrisia cínica.
Mas a menina do peito aberto não esmoreceu. Aprendeu que um caminho reto tendo a luz como guia, muitas vezes traz mais surpresas que o mapa mais repleto de estradas. Que os ventos têm o dom mágico de carrear as mínimas partículas para outros mundos, outros encantos... Um grão arfado a outros solos, em outros climas, sob outras energias pode de grafite tornar-se diamante... 

Uma vez perdida, sem ar nem chão, cultivou asas, pena a (por) pena, e se deixou levar, aprendeu a voar e voltou a respirar – ar fresco, de rarefeito a asfixiar ao raro efeito de plena, livre e colorida borboletear, em nova vida ressurgiu...
Menina ruiva do sorriso aberto, agora versa e dança, alegra e encanta, sabe bem, que se pode voar pra que andar!? O céu não é mais seu limite, fundiu-se ao universo... Pois aprendeu que alma de luz não tem fronteira, agora ela é só horizonte.

 
(Juliana Alves)


 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Salve a Pátria Amada, Brasil!


"As margens do riacho, outrora plácidas, estão mortas e surdas. Já não ouvem o brado retumbante do povo que de herói se fez refém dos mercadores de ilusões.
A luz da liberdade, que brilhava em raios fúlgidos, hoje se coa penosamente entre as nuvens negras da corrupção que escurecem o céu da Pátria.
A igualdade foi penhorada em cotas desiguais, pelo braço forte de um conquistador...
E continuamos desafiando a própria morte, não mais no seio da liberdade, mas na selvageria do tráfego e do tráfico.
Deus te salve, ó Pátria amada!
O sonho se transforma em pesadelo, e já não há fé no amor... talvez só a esperança desça à terra. Pois o Cruzeiro ainda resplandece no Céu.
Tua natureza sofre, gigante! Impávidos os homens exploram-te belo e forte, sem ver que tua colossal grandeza espelhar-se-á diminuída no futuro.
Ah, minha terra adorada! És ainda minha mãe gentil, amada... és minha Pátria, Brasil!
Não mais é esplêndido o teu berço. O som do teu mar traz apitos de óleo cru e a luz do teu céu se cobriu de fumaça. És florão deflorado à luz sombria de um mundo novo.
Onde se perderam as terras garridas? Onde as flores dos campos risonhos, a vida dos bosques, os amores?
Deus te salve, ó Pátria amada!
Tua bandeira é ainda o lábaro estrelado. Morreu o amor eterno? E o verde-louro de tua flâmula, se inda diz da tua glória passada, cala-se sobre a paz de teu futuro.
E se ergueres a clava, será a da justiça? Correrão teus filhos à luta? Não temerão, mesmo te amando, a própria morte?
Ah, minha terra adorada! És ainda minha mãe gentil, amada... és minha Pátria, Brasil!"

(Rodolfo Barcellos)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

"E quando sorriu ficou ainda mais bonita. Tinha a força de quem sabe que a hora certa vai chegar." (Engenheiros do Hawaií)




"Às vezes eu tenho a impressão de que alguns sorrisos são ondas
 que começam no coração, brincam de sol nos olhos e,
 instantaneamente, levam clarão para a boca,
 para o rosto todo, para a vida inteirinha."

(Ana Jácomo)

sábado, 1 de setembro de 2012

Vem pintando o Sete...



Enfim, o setembro primaveril, palco da renascença da vida, do brilhar de um sol intenso, do ressurgir das cores embelezando a visão, que foca um horizonte mais além...

Chegado o tempo das sementes, outrora plantadas, germinarem à vontade, nas terras férteis dos corações ansiados, impetrando mais vida... Do trigo armazenado de um inverno, transformar-se em pão sob o calor amorável desse tempo, fazendo-se alimento sagrado ao espírito, devolvendo à alma o renovado viço.  

Vem menina, vem ver a verdejante esperança pintar o sete... Se bem me lembro, é assim que você renasce em setembro: de alma colorida, sorriso aberto, roupa florida e pele dourada carregando a cor dessa alma ensolarada, alagada de amor!

(Juliana Alves) 

Coração Primaveril

  Das invernais madrugadas não me recordo mais. Senhor dos tempos da ventura despiu-me de toda a névoa, vestiu-me de amanhecer...