"...Por que sou daquelas que vivo minhas
querências e incertezas também, mas eu arrisco e me inundo de verdades e
sentimentos. E creio, que não seja fácil deixar a platéia. Nasci
talhada pelo Amor, pelo desejo mútuo de completude, mesmo eu sendo
metade, impermanência. Não aprendi a viver de marés, de estações.
Aprendi a colorir minhas coragens e deixar aquela lágrima cair quando
tiver de cair, e deixar meus sentimentos
bem limpinhos, puros e despidos de qualquer vir-a-ser, para o hoje e não
um amanhã. Como sou feita de cheganças me desfaço de armaduras quando a
vida me propõe ser franca. Por isso concedi as cartas, abrir as janelas
de uma grandiosidade de quem se olha nos olhos e confessa-se ... E eu
mesmo, não perdi nada, pincelei meus arco-íris com os tons concedidos e
guardo o que de contemplativo foi e é... Sopram naquela janela colorida
por sinal, a mesma brisa, o mesmo Amantes-amados, beijando as águas na
maciez que agora lavo minhas mãos."
(Fernanda Fraga)