segunda-feira, 6 de maio de 2013

Da Metamorfose




‘O homem’ num ato vil pode gerar o caos na vida de outrem, mas Deus em Sua infinita benevolência insere no breu das incertezas uma partícula de luz... 

Abre a janela da possibilidade primordial, turva diante dos olhos pela desordem. E na madrugada mais escura, em meio ao mais medonho pesadelo, olhou-me com uma amorosidade superior, e aclarou minha alma com o Seu sol mais luminoso...
Assim... Esgarcei-me pela fresta do casulo e engracei-me com o vislumbre de uma lucidez em meio ao silêncio absurdo de meus pensamentos...
Aspirando a aragem, libei tocar o divino, no arranha-céu de meus desejos e senti o ínfimo humano vagando pela profundidade dos meus abismos.  
Instaurou-se a revolução, em meu intimo criou-se forma o caos, a pandora se apascentou... Fez-me “a estrela dançante” de Nietzsche. Não mais houve noite a partir daquele momento, o crepusculário teve fim, achegou –me às matizes mais vibrantes, regendo o arrebol do coração.
Do ápice de seu fulgor pude sentir-me úmida novamente, um rio cristalino se fez torrente – estou viva, vi-me colorida... Santificada, agora sou a deusa do meu próprio templo! 

(Juliana Alves)

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