quinta-feira, 18 de outubro de 2012

De Som e Vento





Brisa-menina, levanta-se à aurora e sai trilhando levezas...
Brinca de ser vento e cursa a maestria em despertar infinitas sensações. 

Em tempestade, cria sua própria melodia, faz as folhas uivarem, orvalhando prantos, sumo das mais intensas aflições... Em calmaria, sussurra preces, arrepia desejos, alenta alegrias e afaga corpos, andarilhos incessantes dos desertos da existência, surrados por um sol que muito queima e pouco ilumina...

Segue as notas da sinfonia agridoce da vida, baila com os sábios ventos guias, que lhe ensinam a flutuar pelo marulho dos risos-fluidos que lhe dão umidade à alma.

Rubra-ventania, adentra por entre as frestas dos olhares curiosos, brinca nos jardins floridos dos corações dos que sonham alto e muito sentem.

Viaja pelas brumas do tempo... Descortina salões vazios, sopra a poeira do esquecimento, lhes pinta arco-íris na parede da memória e a decora com o tesouro dos mais amorosos sentimentos, devolvendo o raro brilho à retina opaca dos desesperançados.

Ser de som, ser de vento foi lhe destinado de berço... 
Livre e intrínseca à natureza, contagia quem se permite sentir, inquilina de quem lhe sabe apreciar e acolher.

(Juliana Alves)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coração Primaveril

  Das invernais madrugadas não me recordo mais. Senhor dos tempos da ventura despiu-me de toda a névoa, vestiu-me de amanhecer...