No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra em forma de coração... Em toda caminhada tropeçava-se nela, algumas vezes eu, outras vezes outros...
Eu tropeçava e recolhia, acolhia tudo o que ela me causava: espanto, dor, alegria, amor... Já outros a chutavam, uns a ignoravam, desprezavam o que dentro ela continha, alguns a admiravam, tinha quem a recolhia, mas logo a esquecia em algum lugar no meio do caminho...
E de tanto pelo caminho recolher pedras-coração, aprendi a colecioná-las. Cada uma tem sua forma: umas mais pontiagudas, outras mais perfeitas, algumas ainda sob a forma bruta, diversas lapidadas ou até desgastadas pelos escultores do tempo, umas coloridas, outras escurecidas... Mas todas têm seu valor, sua sabedoria e sua beleza revestindo a história que carregam incrustada em si e me servem de alicerce...
Pois nesse mundo de andanças a esmo é tropeçando em pedras e reconhecendo corações que aprende-se a levantar em sonhos, abastecido de fé e edifica-se de forma valorosa o templo e a escada evolutiva da vida.
(Juliana Alves)
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