Brisa-menina, levanta-se à aurora e sai trilhando levezas...
Brinca de ser vento e cursa a maestria em despertar infinitas sensações.
Brinca de ser vento e cursa a maestria em despertar infinitas sensações.
Em tempestade, cria sua própria melodia, faz as folhas
uivarem, orvalhando prantos, sumo das mais intensas aflições... Em calmaria,
sussurra preces, arrepia desejos, alenta alegrias e afaga corpos, andarilhos
incessantes dos desertos da existência, surrados por um sol que muito queima e
pouco ilumina...
Segue as notas da sinfonia agridoce da vida, baila com os
sábios ventos guias, que lhe ensinam a flutuar pelo marulho dos risos-fluidos
que lhe dão umidade à alma.
Rubra-ventania, adentra por entre as frestas dos olhares
curiosos, brinca nos jardins floridos dos corações dos que sonham alto e muito
sentem.
Viaja pelas brumas do tempo... Descortina salões vazios, sopra a poeira do esquecimento,
lhes pinta arco-íris na parede da memória e a decora com o tesouro dos mais
amorosos sentimentos, devolvendo o raro brilho à retina opaca dos
desesperançados.
Ser de som, ser de vento foi lhe destinado de berço...
Livre
e intrínseca à natureza, contagia quem se permite sentir, inquilina de quem lhe
sabe apreciar e acolher.
(Juliana Alves)
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