Não olhe assim, doce e profundamente, como se estivesse a despir meus olhos das vendas que os cerram da visão de outras possibilidades, outros rumos, outros mundos e personagens.
Não se preocupe e nem cuide de mim, de modo tão minucioso e cortês, eu que sou uma menina de ar tão orgulhoso, mas no fundo tão exausta de a próprio punho combater dragões e abrir trincheiras, caminhar estradas tão tortuosas e vãs.
Não, não faça derruir minha fortaleza, jogar por terra todas minhas insistentes defesas e me deixar ser invadida, derreter a geleira cristalina que faz redoma ao recôndito amoroso de meu coração.
Não, não me faça redescobrir que voar junto é mais gratificante que solitária, quando eu já havia me convencido (com enorme esforço) que pássaro selvagem que voa só é mais forte e audaz.
Não, por favor, não me faça ter uma nova fé, enxergar um oásis em meio ao deserto a tanto atravessado, tocar um manancial de luz e acreditar em contos de fadas reais. Que a vida pode sim ter outro enredo, mais feliz e apaixonante, escrito a quatro mãos...
Por clemência... Não me tire do chão que finquei as raízes de minhas certezas, se não for para mais uma vez tocar o céu que vislumbrei, quando pelo infinito de seus olhos viajei.
(Juliana Alves)
Linda poesia Juliana,porque o amor pode nos levar ao céu quando temos um amor para nos acompanhar.
ResponderExcluirVocê tem um lindo blog,adorei passar por aqui.
um ótimo final de semana,abraço,=)