sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Dar-se Tempo ao Tempo




Tenho aprendido que para algumas coisas se tem muito tempo, dizem que a vida é muito curta, mas pra determinadas “esperanças” tem-se toda a vida. Não adianta pressa, a nossa urgência é que torna tudo muito breve.

 A ansiedade traz a falta de fôlego, o cansaço em se viver sempre insatisfeito, buscando, querendo... E quando é chegado  o momento e o tenho ao alcance das mãos, não tem sabor, as papilas fadigaram de tanto aguar a boca ansiando aquele gosto.   

Por mais lento que seja o passo a passo, o bailo ao som da paciência, nada maior que o meu peito possa aspirar e devolver à vida com a calma de um suspiro... Antes saborear cada “pedaço” do caminho do que engoli-lo inteiro e ficar engasgada, sem ter sabido o sabor exato do maná me oferecido em banquete. 

Como Caetaneou-se o pensamento, “cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é...”, e hoje sou a calma daquele ponteiro do relógio que se espreguiça antes de mudar a cada segundo, como se quisesse eternizar aquele instante, em câmera lenta a deliciar-se com cada detalhe... Apreendê-lo entre retinas exaustas de ver urgências para colorir a memória dos fatos, que o tempo de qualquer forma leva... 

O que tem que vir, virá, eu me deleitando em demoras ou sucumbindo ao imediatismo inútil, cada presente me será dado ao meu merecimento, com todas as fitas, laços e abraços de seu tempo. 
Só me resta viver, crescer e merecer! 

(Juliana Alves) 

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