Tua ausência muda em minha alma grita, e minhas palavras são tuas fronteiras. Não se trata de um consolo, a ausência é vácuo obscuro, e coisa muito sólida. Minhas palavras em torno desse vago são um modo de incorporar a incisiva presença do outro,
do homem que não há, porque nunca houve e nunca haverá o homem que faça findar essa minha cega procura pelo que se quer tocar e não se tem, pelo que se sente e não se pode acolher.
Penso mesmo, que minhas palavras instauram tua ausência, a
indestrutibilidade de teu vão etéreo, e também a tua presença.
É assim,
que a minha nostalgia pelas palavras se faz corpo,
e o teu silêncio pontua o que falo.
(Juliana Alves)
e o teu silêncio pontua o que falo.
(Juliana Alves)
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