"Temos medo do grito e do silêncio. Do vazio e do infinito. Do efêmero e do definitivo, do para sempre e do nunca mais. Temos medo da delação e da tortura, da traição e da censura. Temos medo da culpa e do castigo, do perigo e da covardia. Do que fizemos e do que deixamos de fazer, dos medrosos e dos sem medo, das alamedas e dos becos.
Temos medo do esquecimento e de jamais poder deslembrar. Da insônia e de não poder mais acordar. Do irreparável, do inominável e do horror da perca do nome próprio.
Do labirinto de espelhos, fantasmas nossos e os alheios, sonhados sonhos de ruínas circulares.
Temos medo do ódio que devora e da cólera que corrói, mas também da resignação sem esperança, da dor sem fim e da desonra.
Temos medo da loucura roubando a placidez das coisas simples...
Temos medo da fala mansa do inimigo, mas ainda mais do inesperado punhal a saltar na mão há pouco amiga para trespassar nosso peito aberto ou pelas costas nos aniquilar.
O pecado, tentação demoníaca, já não precisa de figuras visíveis, nossos devaneios, sonhos e mais secretos desejos ardem em nosso ser e o mal se chama apenas paixão na alma.
O inferno somos nós!"
(Jean Paul Sartre)
Temos medo do esquecimento e de jamais poder deslembrar. Da insônia e de não poder mais acordar. Do irreparável, do inominável e do horror da perca do nome próprio.
Do labirinto de espelhos, fantasmas nossos e os alheios, sonhados sonhos de ruínas circulares.
Temos medo do ódio que devora e da cólera que corrói, mas também da resignação sem esperança, da dor sem fim e da desonra.
Temos medo da loucura roubando a placidez das coisas simples...
Temos medo da fala mansa do inimigo, mas ainda mais do inesperado punhal a saltar na mão há pouco amiga para trespassar nosso peito aberto ou pelas costas nos aniquilar.
O pecado, tentação demoníaca, já não precisa de figuras visíveis, nossos devaneios, sonhos e mais secretos desejos ardem em nosso ser e o mal se chama apenas paixão na alma.
O inferno somos nós!"
(Jean Paul Sartre)
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