terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Tô exausta de construir e demolir fantasias..."



"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu."

(Caio Fernando Abreu)



Que vida é essa a qual eu vivo??? Sempre a mesma sucessão de fatos, um eterno retorno de sentimentos e pessoas. E o final nunca muda: eu mais uma vez batendo em retirada com meu coração dilacerado, amor renegado, ódios imensuraveis, e uma confusão mental dos diabos... Até quando tudo isso se repetirá? Será que não mereço uma vida inteira ao lado de alguém, viver um amor pleno? Será que custa muito, uma vez só dar tudo certo, e minhas expectativas serem confirmadas!? São tantas esperanças desperdiçadas, tantos esforços pelo ralo e nada sai do lugar, nada progride, a inércia, lei maior, permanece.. Só eu me movo, sim na mesma direção final de sempre, o afastamento! O que também não adianta, pois dai a pouco, a mesma força me suga, me arrasta novamente ao mesmo lugar, a mais uma tentativa, em vão... Mas o impulso vital não me deixa, sempre acabo por tentar... Tentar acho que é minha atitude mais honrável. Tentar e nunca desistir: não desistir de amar, não desistir de ter esperanças, não desistir de ser fiel às minhas vontades, a minha fúria, a minha força, a minha essência, a mim, enfim não desistir de viver... Sou plena em tudo isso, e não importa se essa hora de agora é a de persistir ou desistir, de permanecer ou me retirar, o que importa é que mais uma vez eu tentei, errando ou acertando... Sigo em paz, porque mais uma vez dei a cara a tapa à vida, e mais uma vez sigo com uma bagagem maior de experiência e o peito vazio de 'se', pois não fico nesse tropeço da dúvida, sempre me arrebento de exisitir. 

(Juliana Alves)

 
“As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem.”
 
(Chico Buarque
)

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