segunda-feira, 4 de abril de 2011

Cuidado... ainda não inventaram antídoto pro meu tipo de veneno...



Você me provoca, você me perturba.
Joga água e sai correndo.
Atira a pedra e me acerta de raspão.
Me espia no escuro e mostra a língua.
Me xinga. Me atiça.
Invade o meu sossego. Meu refúgio.

Pisa no meu ninho com os sapatos sujos. Na minha toca.
Sem saber o meu tamanho, até onde vai meu bote, você me provoca achando que não há perigo.
Sem conhecer a força da minha mordida, o tamanho dos caninos.
Você me provoca sem esperar a picada.

Sem saber que ainda não inventaram antídoto pro meu tipo de veneno.

 
(Caio Fernando Abreu)

Um comentário:

  1. ola sou laudelino
    parabens sao flazes muito bem elaboradas
    muitas vao de encotro com o que sentimos e
    vivemos

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