quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Gueixa



Moça de olhos puxados, bem delineados, 
em mangá jamais assim expressos...
Mar do oriente, em que se navega em mistérios,
estrela nipo-solar.
Desde tenra mocidade, 
instruída na arte milenar de servir e amar.

Alva flor de lótus, a mais lodosa água purifica, 
com seu canto, dança e magia.
Do salgueiro, tens a flexibilidade, força e graça.
Vestes de calmaria e primavera, sedas atapetam tuas sendas.
Madeixas negras, madrugada estrelada, 
brilho de lâmina de espada.

Moça-Gueixa-Samurai, 
boneca de louça dos lábios carmim.
Delicado origami, em inocência, seduz...
Dilema a enfeitiçar...
Luz desse sol nascente, 
que invade e entorpece assim de repente...

Linhagem beligerante, 
traz estampada em seu rosto a dualidade,
Bandeira branca e vermelha, proteção e “perigo”...
Efeito Kamikase, voragem a sorver quem muito a mirar.
Na alma, em verdade, toda mulher se faz gueixa 
quando está a amar.

(Juliana Alves)

Um comentário:

  1. Boa noite minha querida! Vi a poesia no orkut, mas acho que vou prestigiar mais comentando aqui! Desta vez, além da beleza dos versos bem talhados, quero lhe parabenizar por essa sensibilidade cultural que você demonstra em cada detalhe do poema, como se o Japão estivesse na verdade a sua volta! E tambem pelo caráter intercultural ao comparar as mulheres quando amam à delicadeza épica e graciosa das gueixas.
    Beijos e uma ótima noite! Que sua alma continue transbordante de inspirações lindas!!

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