segunda-feira, 21 de março de 2011


"... tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;


sentia um acréscimo de estima por si mesma,

 
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,


cada passo condizia a um êxtase,

 
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"

(Eça de Queiroz - in O Primo Basílio)

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