terça-feira, 29 de março de 2011

Saudades...


Saudades! Sim... Talvez... e porque não?... 
Se o nosso sonho foi tão alto e forte. 
Que bem pensara vê-lo até à morte. 
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão! 
Que tudo isso, Amor, nos não importe. 
Se ele deixou beleza que conforte. 
Deve-nos ser sagrado como o pão! 
Quantas vezes, Amor, já te esqueci, 
Para mais doidamente me lembrar, 
Mais doidamente me lembrar de ti! 
E quem dera que fosse sempre assim: 
Quanto menos quisesse recordar. 
Mais a saudade andasse presa a mim!

(Florbela Espanca)

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