E ela continuava sonhando. Porque leu naquele livro do Lobato: 'No fundo, heróis, porque só os heróis esperam e sonham.' E ela preferia acreditar que sim. Mesmo depois de ter acordado assustada no meio da noite, sentindo-se esmagada pelos pés de um gigante.
Mas não era o corpo que estava moído. Era a alma que, de furta-cor, passou pra marrom, depois pro cinza, até ficar bege bem clarinha. Porque ela sentia que alguém estava tentando roubar seu tesouro que fica escondido do lado esquerdo.
'-Não, esse eu não entrego. Só passando por cima do meu cadáver.' - comentou a si mesma, tamanho era o medo de se confessar pras paredes, porque até elas, ultimamente, têm tido línguas afiadas. Cortantes. E maldade pura.
Mas isso não a incomodava nenhum pouco. Porque ela continuaria sendo a pessoa que sempre foi. Defensora do bem e de tudo o que aprendeu no berço, que não era de ouro, mas que valia do mesmo jeito.
E continuou acreditando que o bem sempre vence no final. Mesmo tendo tantas estradas e gentes e bichos te empurrando pro lado contrário. Só que ela está forte. Bem mais do que supunha. Dessa vez, ela bota um sorriso na cara e.
(Pipa-Cris)
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