domingo, 19 de fevereiro de 2012

Te Amo...


 
Te Amo,
Te amo de uma maneira inexplicável,
De uma forma inconfessável,
De um modo contraditório.

Te Amo,

Com meus estados de ânimo que são muitos,
E muda de humor continuamente
Pelo que você já sabe,
O tempo,
A vida,
A morte.

Te Amo,

Com o mundo que não entendo,
Com as pessoas que não compreendem,
Com a ambivalência de minha alma,
Com a incoerência dos meus atos,
Com a fatalidade do destino,
Com a conspiração do desejo,
Com a ambigüidade dos fatos.
Ainda quando digo que não te amo, te amo.
Até quando te engano, não te engano.
No fundo, levo a cabo um plano
Para amar-te melhor.

Te Amo,

Sem refletir, inconscientemente,
Irresponsavelmente, espontaneamente,
Involuntariamente, por instinto,
Por impulso, irracionalmente.
De fato, não tenho argumentos lógicos
Nem sequer improvisados
Para fundamentar este amor que sinto por ti.
Que surgiu misteriosamente do nada,
Que não resolveu magicamente nada,
E que, milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada,
Melhorou o pior de mim.

Te Amo,

Incompreensivelmente.
Sem perguntar-me porque te amo,
Sem importar-me porque te amo
Sem questionar porque te amo

Te Amo,

Simplesmente porque te amo.
Eu mesmo não sei porque te amo.

(Pablo Neruda)

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