...Ali a poucos metros, ela parava pra tomar seu café. Neste momento, eu juro que via nela alguma delicadeza de menina que dói. Coração de vidro. Pele de vulcão. E imaginava a minha cena preferida de fim de tarde.
Ela descalça pisando na grama molhada, sorrindo desarmada, deixando a parte pontiaguda de seu peito em stand by. Eu ali engolindo a rouquidão ofegante de sua voz, imaginando a quantidade de cacos que a menina docedeleite guardava quando se tornava moça de vidro. Eu sabia que os seus cacos eram tão afiados quanto o seu mau humor e a sua arma preferida estava guardada no meio da sua arrogância, bem dentro do seu peito de vidraça quebrada.
Eu, desajeitado me desvencilhava desse Insight inusitado e arrebentava a cara, quando a dona de vidro, colocava as mãos no balcão e pedia com voz dedocedeleite.
- Uma dose de solidão, seu moço. Sem gelo, por favor.
Da mesa ao lado eu respondia quase que sussurrando. Ah se ela pedisse amor...
Mesmo que fosse um amor pequenino, desses que a gente guarda num potinho de vidro. E rouba todo dia um pouquinho até esvaziar. E quando termina a gente acaba se cortando no pote. Só por querer se lambuzar demais.
E do meu jeito eu entendia a moça de vidro. Amor só se vier junto com uma dosezinha de solidão. Dessas que a gente engole com vodka ou encara pura mesmo. Dessas que a gente guarda, recorta e cola no nosso mural instantâneo. E fica lá exposta feito troféu. E a gente vai colecionando uma porção delas, de todas as cores e variados sabores, tem aquela que é de vidro e sempre te machuca. Um dia você enjoa e a joga pela janela. Ela vai despedaçar e você jamais vai deixar de sangrar.
Eu, desajeitado me desvencilhava desse Insight inusitado e arrebentava a cara, quando a dona de vidro, colocava as mãos no balcão e pedia com voz dedocedeleite.
- Uma dose de solidão, seu moço. Sem gelo, por favor.
Da mesa ao lado eu respondia quase que sussurrando. Ah se ela pedisse amor...
Mesmo que fosse um amor pequenino, desses que a gente guarda num potinho de vidro. E rouba todo dia um pouquinho até esvaziar. E quando termina a gente acaba se cortando no pote. Só por querer se lambuzar demais.
E do meu jeito eu entendia a moça de vidro. Amor só se vier junto com uma dosezinha de solidão. Dessas que a gente engole com vodka ou encara pura mesmo. Dessas que a gente guarda, recorta e cola no nosso mural instantâneo. E fica lá exposta feito troféu. E a gente vai colecionando uma porção delas, de todas as cores e variados sabores, tem aquela que é de vidro e sempre te machuca. Um dia você enjoa e a joga pela janela. Ela vai despedaçar e você jamais vai deixar de sangrar.
É, moça de vidro, ainda bem que você anda blindada.
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